terça-feira, 5 de junho de 2012

Linha 06 - São Caetano do Sul / Berrini



Moradores da região relatam a saga de chegar ao trabalho

Greve em SP

Moradores da região relatam a saga de chegar ao trabalho

Síssi Pucciariello
Atualizado às 13 horas

Um, dois, três; respire fundo. A greve dos funcionários do Metrô de São Paulo atrapalha a vida de mais de 4 milhões de trabalhadores nesta quarta-feira. Com a promessa de que as linhas funcionariam nos horários de pico, muitos deles resolveram arriscar.

Como o acordo não se cumpriu, a população está se virando como pode. Na Baixada Santista, muitas pessoas estão rachando táxi para chegar ao destino. Com tantas filas e tempo de espera, as redes sociais na internet estão cheias de desabafo.

O especialista em tecnologia de operações, Maurício de Soza Canavese, enviou e-mail à redação de A Tribuna On-line relatando os transtornos com a paralisação na Capital. Ele trabalha em São Paulo, na Região da Avenida Paulista, e, normalmente, vai de ônibus fretado até a estação Imigrantes e, de lá, pega o metrô até a estação Brigadeiro.

"Hoje, com a greve, o fretado saiu de Santos uma hora antes do horário de costume, às 5 da manhã. Chegando à estação Imigrantes ficou todo mundo perdido, havia a expectativa de que o metrô estivesse funcionando no horário de pico, mas que nada, as linhas estão funcionando, mas apenas nas regiões centrais, ou seja, ninguém consegue chegar ao metrô para poder utilizá-lo".

Para chegar ao trabalho, ele tentou chamar um táxi, que tem convênio com a empresa dele. No entanto, não havia carros disponíveis. No final das contas, acabou rachando um táxi, que, por acaso, estava passando, com outros colegas de fretado. "Um trajeto que levaria uns 15 minutos, levou mais de 40, pois o trânsito está um caos".

Elton F. Barone também sobe de fretado todos os dias e utiliza a estação Santos-Imigrantes rumo à estação das Clínicas. Hoje, ele chegou a se deslocar até o Jabaquara. Mas, de lá, pegou um ônibus de volta para casa.  "Já estou na Imigrantes de volta, e devo chegar em casa mais rápido do que se fosse de táxi ou ônibus para meu trabalho. Hoje, o home-office será mais produtivo. Só subi porque falaram que as linhas iam funcionar durante os horários de pico, mas não aconteceu. Lamentável".

Tudo parado
Pelo Facebook de A Tribuna, Loraine Gabrielle Guedes Burgos postou: "Estou mais de uma hora em um ônibus tentando chegar à estaçao Ana Rosa, o ônibus mal anda, está tudo congestionado por aqui".

A analista de sistemas Célia Diniz de Souza relatou que o trajeto que costuma fazer de Santos a Vila Olímpia, em São Paulo, em 1h30, hoje durou 4 horas. "O pior ´é que escutei no rádio que ninguém vai ceder. A população que se vire!"

Envie seu relato

Se você está enfrentando dificuldades para se locomover em São Paulo, nesta quarta-feira, mande o seu relato para o e-mail digital@atribuna.com.br, com o assunto Greve em SP. Não se esqueça de colocar o nome completo, profissão e cidade onde mora.

Chuva complica trânsito e SP registra 161 km de lentidão

Chuva complica trânsito e SP registra 161 km de lentidão

Pior via era o Corredor Norte-Sul, com 12 km de congestionamento.
Acidente interditava faixas da Marginal Tietê no sentido Ayrton Senna.

Do G1 SP
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Chuva provocava lentidão no sentido Interlagos da Marginal Pinheiros nesta terça (Foto: Clara Velasco/G1)Chuva gera lentidão no sentido Interlagos da Marginal
Pinheiros nesta terça (Foto: Clara Velasco/G1)
A chuva que atinge a cidade de São Paulo desde a madrugada desta terça-feira (5) complicava o trânsito em diversas vias nesta manhã. Por volta das 9h, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 161 km de congestionamento na cidade, o terceiro maior índice do ano no período da manhã. O pior trecho era o Corredor Norte-Sul, com 12 km de filas no sentido aeroporto, da Praça da Campo de Bagatelle até o Viaduto João Julião da Costa Aguiar.
(Para mais informações sobre o trânsito em São Paulo, você pode acompanhar as câmeras do G1, em vídeo, ou consultar a tabela com as condições das principais vias.)
Outra via com problemas nesta manhã era a Marginal Pinheiros, no sentido Interlagos, com 10,2 km de filas pela pista expressa, da Rodovia Castello Branco até a Ponte Ary Torres.
Pela Marginal Tietê os motoristas precisavam diminuir a velocidade por 7 km no sentido Castello Branco, pela pista expressa, entre de 1 km depois da Ponte Júlio de Mesquita Neto e a Rodovia Castello Branco. Na pista local a fila era de 6,5 km desde o Hospital da Vila Maria. Ainda na pista expressa, havia 5,5 km entre o Hospital da Vila Maria e a Ponte Cruzeiro do Sul.
Na Avenida Washington Luís, na Zona Sul, a lentidão era de 5 km no sentido Centro, até o Viaduto João Julião da Costa Aguiar. Já na Avenida dos Bandeirantes o congestionamento era de 4 km no sentido Marginal Pinheiros, entre o Viaduto Aliomar Baleeiro e a Alameda dos Maracatins.
O maior congestionamento do ano durante a manhã foi registrado no dia 23 de maio, às 10h: 249 km.
Acidente
Duas faixas da pista expressa da Marginal Tietê no sentido Ayrton Senna, seguiam interditadas por volta das 9h desta terça devido ao tombamento de um caminhão na altura da Ponte do Rio Tamanduateí. Uma pessoa ficou ferida. Com a interdição das faixas, os motoristas já enfrentavam lentidão na via – eram 6,8 km, até o local do acidente.
A CET recomenda que os motoristas evitem a via. Eles devem optar pelas pistas local e central da Marginal Tietê no sentido Ayrton Senna.
Reflexos da chuva
A chuva que caiu durante a madrugada na capital paulista causou quedas de árvores e deixou semáforos apagados nesta manhã. Por volta das 9h, a CET registrava 25 quedas de árvores - segundo a CET, apenas na Rua Américo Brasiliense, na região da Chácara Santo Antônio, houve duas – na altura do número 2.414 e da Rua José Guerra. Ainda na Zona Sul, na região do Brooklin, uma árvore caiu na Rua Nebraska, altura do número 818.
A companhia também registrava no horário 43 semáforos com problemas – 25 apagados e 18 em amarelo piscante. Entre os apagados estão os cruzamentos da Avenida do Estado com o Viaduto Antonio Nakashima, da Avenida Pirajussara com a Avenida Vital Brasil, na Zona Oeste, e da Avenida Professor Francisco Morato com a Rua Alvarenga, na mesma região.
Já os semáforos em amarelo piscante eram registrados no cruzamento da Avenida República do Líbano com a Rua Inhambu, Alameda Santos com a Alameda Casa Branca, e Rua Estados Unidos com Rua Pamplona, entre outros.

 

 

Caminhão com madeira tomba na Marginal Tietê

Veículo virou e carga bloqueou três faixas da pista próximo à Ponte da Casa Verde; acidente aconteceu nesta terça

Acidente aconteceu próximo à Ponte da Casa Verde, no sentido da Ayrton Senna  / Diogo Moreira/Frame/Folhapress Acidente aconteceu próximo à Ponte da Casa Verde, no sentido da Ayrton Senna Diogo Moreira/Frame/Folhapress
Um caminhão carregado com tábuas de madeira tombou na Marginal Tietê, no sentido Ayrton Senna, próximo à Ponte da Casa Verde, na região da zona norte de São Paulo. O acidente aconteceu por volta das 7h20 desta terça-feira.

A carga de madeira bloqueou três faixas da pista e provocou trânsito na região. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a faixa da direita ainda está bloqueada e o trânsito é lento próximo ao local do acidente. A companhia recomenda que o motorista evite a região usando as pistas local e central.

Ninguém ficou ferido no acidente.

CPTM apresenta novas máquinas para melhorar manutenção da rede

Equipamento identificará falhas internas antes que comprometam a rede.
Este ano, foram registrados 66 problemas nas linhas da CPTM.

 

Do G1 SP
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A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) apresentou nesta terça-feira (05) novos equipamentos que irá usar para melhorar a circulação das composições. Esse ano, foram registrados 66 problemas nas linhas de trem da Grande São Paulo. Segundo a companhia, que investiu R$ 57 milhões, os equipamentos irão diminuir o número de falhas nos trens.
O carro-controle fará a inspeção ultrassônica nos trilhos para identificar fissuras e falhas internas antes que a rede fique comprometida. Outro equipamento, que tornará a troca de britas mais rápida, fará em uma hora o trabalho que 50 homens levariam até seis horas para concluir. Há ainda uma máquina que acelerará o lançamento de cabos de rede aérea. O trabalho, que hoje é realizado em 48 horas, passa a ser concluído em sete horas.
"O tempo de manutenção está cada vez melhor. Com isso, a gente consegue muito mais rapidez e qualidade na execução em função da tecnologia dessas máquinas", explica Evaldo Ferreira, gerente geral de manutenção CPTM.

Chalita: SP precisa de inteligência


sita de prefeito que não tenha outras prioridades
  O pré-candidato à prefeitura de SP, Gabriel Chalita, disse que pode resolver o problema da falta de creches em dois anos / Artur Garção/Divulgação  

O pré-candidato à prefeitura de SP, Gabriel Chalita, disse que pode resolver o problema da falta de creches em dois anos Artur Garção/DivulgaçPré-candidato à prefeitura de SP critica gestão atual e diz que a cidade necessita de prefeito que não tenha outras prioridades 

O pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PMDB, Gabriel Chalita, afirmou nesta terça-feira em entrevista à Rádio BandNews FM que a cidade precisa de sistemas de inteligência para acabar com problemas como trânsito, transportes públicos e enchentes. Segundo o ex-secretário de Educação do Estado, “a cidade carece de um prefeito que queira ser prefeito, que não tenha outras prioridades”.

Chalita afirmou que uma das formas de resolver o trânsito pesado na cidade seria a criação de uma centra de operações, interligando todos os serviços para atender o cidadão, “uma central de inteligência”, a exemplo do Rio de Janeiro. “Atualmente, apenas 10% dos semáforos na cidade são inteligentes, isso dificulta a gestão do trânsito”, diz.

O pré-candidato afirmou ainda que a cidade tem capacidade para isso.  “Nos dias de chuva, como hoje, muitos semáforos ficam parados, mas os radares estão funcionando. Isso significa que há tecnologia para fiscalizar. Então, por que não se deixa de lado essa ânsia arrecadatória, e transfere essa tecnologia para o bom funcionamento dos semáforos?”, questionou.

Transporte público 

Chalita afirmou ainda que mente quem diz que esse problema será resolvido em um ano, mas é preciso dar o primeiro passo. Para ele, a cidade precisa de obras em transporte público, mas principalmente inteligência. Entre as obras, ele declarou com uma de mais urgência a construção de corredores de ônibus e destacou a Avenida Celso Garcia, na zona leste.

“O Metrô de São Paulo tem eficiência para atender o cidadão, mas sozinho ele não resolve a demanda toda de passageiros. É preciso investir em mais corredores de ônibus. Isso dá tempo de fazer e não foi feito um quilômetro sequer na gestão atual”, ressaltou o pré-candidato.

O peemedebista declarou ainda que é contra o Pedágio Urbano – que promete cobrar uma taxa para motoristas que quiserem ir de carro a determinadas regiões da cidade, como o centro. “Só podemos fazer isso quando resolvermos o problema do transporte público. E São Paulo está muito longe dessa realidade”, afirmou.

Alagamentos e enchentes 

Em relação aos alagamentos e enchentes, Chalita afirmou que a obra clássica é o piscinão. Para ele, se for bem cuidado e tiver a manutenção necessária, ajuda a resolver o problema de alagamento em muitas regiões. Além disso, é preciso cuidar da limpeza dos rios e rever o projeto de calçadas. “A calçada tem que ser acessível, é preciso também enterrar os fios. É um projeto conjunto, já aproveita para fazer calçadas com drenagens e asfalto ecológico. Mesmo que demore, tem que começar”, afirmou.

“É um investimento pesado”, disse Chalita. Para ele as parcerias são importantes para resolver grandes problemas da cidade. “Por que a África do Sul conseguiu? Por que Nova York conseguiu resolver o problema da violência? Por que Bogotá e Medelin que são cidades mais pobres resolveram seus problemas e nós não? Isso dá uma ideia de incompetência e falta de foco. São Paulo é uma das cidades mais ricas do mundo, temos possibilidade de Parcerias Público Provadas e não fazemos”, acrescentou.

Creches

Na área da educação, Chalita disse que seria impossível resolver o problema de falta de creches criando novas escolas. “Quem promete que resolver o problema criando novas creches está mentindo. Isso vai demorar mais de cinco, seis, sete anos. É preciso resolver de forma mais criativa”, declarou. E prometeu resolver o problema em dois anos, com a criança de convênios com escolas particulares e universidades.

A prefeitura paga uma valor para faculdades abrigarem dentro de sua estrutura espaços para receber essas crianças. “A criança não pode ficar abandonada. Alguém tem que cuidar dessa criança. A revolução na educação tem que começar na base”, disse Chalita. O pré-candidato afirmou que vai manter os CEUs (Centro Educacional Unificado), mas ampliaria o atendimento ao aluno. “Tem que funcionar o dia inteiro e aos finais de semana”, disse ainda.

Revitalização do centro 

Chalita afirmou ainda que a cidade precisa recuperar a área central da cidade e também que a ação na Cracolândia – que retirou os usuários do local – foi “midiática”. “A ideia é conveniar comunidades terapêuticas. Em Minas Gerais é assim. A mãe escolhe onde o filho será internado. Não é pegar a pessoa, jogar no camburão e internar. Os espaços para acolhimento devem ser de fato acolhedores”, constatou.

O pré-candidato destacou a possibilidade de parcerias e também afirmou que a cidade de São Paulo não pode ser pensada como uma só. “Se você olha a cidade como 31 cidades – que são as subprefeituras – é mais administrar”, comentou Chalita.


“Por exemplo, hoje na zona leste tem uma grande população, tem transporte, tem educação. Então a prefeitura pode fazer área de lazer lá. Pode fazer projetos em parcerias com empresas. Incentivar empresas a terem sedes lá, de acordo com o público que mora nessa região. Quanto mais você coloca em rede, mais transparente é a administração”, disse ainda.

Debate

O Grupo Bandeirantes sai na frente mais uma vez e vai realizar o primeiro debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo. Os debates do primeiro turno acontecerão em agosto. Se houver segundo turno, o encontro entre os candidatos acontecerá em outubro.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Fretados de São Paulo entrarão em colapso neste ano, prevê associação


fretados sumaréJulia Chequer/R7
Passageiros fazem fila para aguardar ônibus fretado na rua Oscar Freire, próximo à estação Sumaré do Metrô

A restrição da circulação de ônibus fretados em São Paulo completou dois anos nesta quarta-feira (26), colocando esse tipo de transporte em risco de extinção. Cerca de 1.250 ônibus fretados deixarão de rodar em São Paulo no final deste ano, o que deve fazer o serviço entrar em colapso. É o que prevê Geraldo da Silva Maia Filho, diretor da ASSOFRESP (Associação das Micro, Pequenas e Médias Empresas de Fretamento e Turismo do Estado de São Paulo).

A partir do dia 31 de dezembro de 2011, veículos fabricados antes de 1991 estarão proibidos de circular na cidade. No final do ano que vem, a restrição vai atingir os coletivos feitos nos anos de 1992, 1993, 1994. Apenas a partir de 2013, o teto da idade dos ônibus será de 15 anos.


Saiba por onde os ônibus fretados podem rodar em SP e quais os pontos de paradaMaia afirma que em 2013 serão 2.500 fretados a menos na capital paulista dos aproximadamente 5.500 que circulam na cidade. Segundo ele, as montadoras não estão dando conta da demanda dos poucos empresários que estão conseguindo renovar a frota.

– Os donos das frotas estão com dificuldade de vender seus ônibus antigos. Quem vai querer comprar com essas restrições?

Segundo balanço do Transfretur, sindicato que representa cem companhias de fretamento da região metropolitana, antes da medida havia 490 ônibus contratados para transportar funcionários de empresas. Agora são 200, uma redução de 60%.
Além disso, a associação diz que a quantidade de passageiros caiu de 50 mil antes da restrição para 30 mil atualmente. Maia diz que muitos dos passageiros passaram a usar carros.

É o caso da secretária-executiva Virginia Guilhen, 38 anos, que mora na Vila Industrial, zona leste de São Paulo, e trabalha na avenida Rebouças, região oeste. Depois de 12 anos com fretados, desde a restrição ela usa seu carro particular. Ela faz o deslocamento sozinha e diz ter saudade da época que vinha de ônibus.

– Fretado é mais seguro. Carro é o seu bem que está na rua. Na condução eu podia aproveitar o tempo para ler um livro.

Resultados 
Segundo dados da Rede Nossa São Paulo, organização que reúne 600 ONGs, em junho de 2009, o congestionamento médio no pico da manhã era de 89 km, enquanto que à tarde, 154 km. Neste ano, houve melhora nos dois períodos: 73 km na manhã e 119 km à tarde.

O mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) Sergio Ejzenberg afirma que, em tese, as formas de transporte coletivo devem ser incentivadas na cidade.

– Com os ônibus você tem um uso mais razoável do sistema viário, com menos poluição e menos congestionamento.

Para ele, uma metrópole como São Paulo precisaria de mais Metrô para resolver seu problema de mobilidade urbana. E, apesar dessa falha, segundo Ejzenberg, ainda é cedo para propor alternativas usadas em cidades desenvolvidas como o pedágio urbano. Isso porque não há alternativas de transporte de massa de qualidade.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, a renovação da frota de fretados é "fundamental por questões ambientais". Em nota, a Secretaria Municipal dos Transportes afirmou que veículos mais novos e modernos provocam menor poluição, além de melhorar a segurança e o conforto dos passageiros. 
Ejzenberg também se diz cético com a adoção de bicicletas em São Paulo por causa da topografia e clima da cidade, pouco propício a esse modo de transporte. 

– O pessoal que defende a bike deve ser estimulado. Mas esses serão alguns abnegados ou afortunados que moram perto do seu local de trabalho. São Paulo precisa de soluções que envolvam o transporte de massa. 

CaminhõesUm ano antes da restrição de fretados, a cidade restringia também a circulação de caminhões. O diretor do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região), Rogerio Helou, afirma que o abastecimento da cidade foi duramente afetado desde então. 

Saiba de que forma os caminhões podem rodar por SP

Para Helou, o custo de vida da cidade cresceu com a restrição. Ele arguenta que um veículo de alta capacidade prejudica menos o trânsito do que os vários necessário para substituí-lo. 

Ao R7, a secretaria ainda informou que houve uma melhora de 22% nos índices de lentidão no trânsito se comparar o segundo semestre de 2009 ao mesmo período de 2010. Segundo a nota, entre 7h e 22h, os números caíram de 72,9 km para 56,9 km.

Prevemos o desemprego de 11 mil” com a medida


Causa Operária entrevista nesta semana Geraldo Maia, membro da Associação das micro, pequenas e médias empresas de fretamento e turismo de São Paulo para falar sobre a última medida do mini-ditador em São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). 

3 de agosto de 2009
Conhecido por promover uma perseguição desenfreada contra os ambulantes, mendigos, feirantes e até fumantes, Kassab resolveu acabar com os ônibus fretados e proibiu o acesso de vans e ônibus no centro expandido, uma área que compreende 70 quilômetros quadrados e é delimitado por vias, tais como: marginais Pinheiros e Tietê, avenidas dos Bandeirantes, do Estado, Sumaré e Ricardo Jafet, ou seja, as regiões que possuem maior movimento. De acordo com a própria estimativa da prefeitura, mais de 40 mil pessoas que utilizam diariamente os serviços foram afetadas

Causa Operária: Você pode explicação o que é a Assofresp?

Maia – Assofresp é a Associação das micro, pequenas e médias empresas de fretamento e turismo do Estado de São Paulo que foi fundada para defender os micro e pequeno empresário de transporte, depois do advento do decreto 42423 da Marta [Suplicy do PT] implantou em São Paulo o fretamento.
Partindo disso, não tínhamos representatividade junto aos órgãos públicos e os micro e pequeno proprietário passaram a ter. Essa foi a idéia de fundar a Assofresp há uns oito anos atrás.

Causa Operária: O que é o projeto de lei 530/08 de Kassab que a partir do dia 27 de julho, institui mudanças na utilização dos transportes fretados?

Maia: Na verdade é o seguinte. Existe um artigo na lei, artigo 47, que dava poderes a prefeitura, ao poder público de emitir portarias para regularizar o fretamento na cidade de São Paulo. Na verdade, já existia a regulamentação, no artigo 47 parágrafo único. Por outro lado, ela dava 60 dias de prazo para que o poder executivo mandasse para a Câmara um projeto de Lei para fazer a regulamentação dos fretados. Então nós temos na Câmara hoje, uma comissão, dentro da comissão dos transportes, uma subcomissão do fretamento que está estudando esta lei, na qual nós fazemos parte desde junho.
O Projeto de Lei foi aprovado, foi votado com este artigo, ou seja, o que nós entendíamos é que a secretaria de transporte ou a prefeitura de São Paulo esperasse para fazer essa lei que seria aprovada pelos vereadores da Câmara. Mas o que ele fez [Kassab, DEM prefeito de São Paulo], colocou uma portaria antes da lei, da forma que ele quis, para acabar com os fretados. O que ele quer é que nós transportemos os passageiros e desembarque os passageiros nos metrôs ou nas pontes de estação da CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos].
Nossos usuários do fretado hoje, são usuários com automóvel. Ele não vai deixar de usar o fretado para usar o transporte público, de forma alguma. Isso é um ledo engano, no sentido de achar que irão utilizar o transporte público ao invés do automóvel. Então o que está acontecendo é que as pessoas estão migrando para os automóveis. Isso deve, na verdade, piorar o trânsito.

Causa Operária – Você acha que esta medida vem para favorecer o monopólio das grandes empresas. A que vocês atribuem a proibição de vans e ônibus no centro expandido?

Maia – Eu não posso afirmar isso, porque eu não teria como provar. Mas há indícios. Porque realmente fica difícil acreditar que nós atrapalhamos o trânsito de São Paulo, quando ele [Kassab] coloca linhas no mesmo itinerário que do nosso e estas linhas vão para dentro do centro expandido, dentro da zona de exceção, da qual hoje somos proibidos. Por exemplo, tem uma linha do Itaim Paulista, que sai do Itaim Paulista e vai para a Alameda Santos e depois a tarde, sai da São Carlos do Pinhal Antonio Carlos e vem para o Itaim Paulista. Ou seja, nós tínhamos ônibus fretados que faziam este percurso. Nosso ônibus é do mesmo tamanho do deles e o combustível é óleo diesel o mesmo do deles. Então se o meu atrapalha o trânsito, o dele também vai atrapalha, porque é o mesmo tamanho. Às vezes os deles é até maior, o sanfonado é maior. Se o nosso combustível polui o dele também. Hoje ninguém entende porque eles podem circular e nós não. E tem um agravante. A linha que está em cima da nossa é só no horário de pico, horário em que o fretado roda.

Causa Operária: No caso dos metalúrgicos do ABC, por exemplo, quase 20% utilizam os fretados. Os bancário também prevêem que a lei afete dez mil trabalhadores. Qual a alternativa que estes trabalhadores adotarão?

Maia: Desde o dia 27 o que está acontecendo é que as pessoas estão saindo na rua para manifestar a indignação em relação à exceção do fretado. Algumas pessoas ainda estão pegando o fretado e descendo no metrô, mas estão todas indignadas, porque não querem voltar para o transporte público. Hoje até para algumas pessoas o carro não é viável, e continuam com o fretado, mas algumas voltaram a usar o carro. Esse problema do automóvel ainda congestionamento, por que é um mês atípico, de férias, isso deve se refletir nas voltas das aulas.

Causa Operária: Você pode falar um pouco sobre o surgimento dos fretados e a posição da prefeitura sobre a questão?
Maia: O fretado surgiu há 50 anos, quando as indústrias automobilísticas vieram para o ABC [grande São Paulo, região de São André, São Bernardo e São José dos Campos]. Então o pessoal não tinha condução e foram obrigados a fretar ônibus para seus funcionários irem para lá. E a 25 anos surgiu o fretado de associações. O que é o fretado de associações? Como o transporte público era ruim, e é até hoje, as pessoas começaram a se juntar em grupos e alugar um ônibus para poder ir trabalhar. Isso acabou se generalizando, em detrimento do mau transporte público. E com o advento do decreto 42423 de 1993 da Marta, que ela regulamentou os fretados em São Paulo. Ela proibiu que as pessoas fretassem um ônibus. Com isso, as pessoas se organizaram e fizeram uma associação de passageiros. Pessoa Jurídica legalmente constituídas e que montaram associações para poderem cumprir a legislação que é um decreto que proíbe emprestar carro para pessoa física. Fretam ônibus de empresas legalmente constituídas e registradas nos órgão públicos, na prefeitura. Isso é contrário o que o secretário [dos transportes de São Paulo] que diz que 40% das empresas são clandestinas. Ele está mentido, porque não são empresas clandestinas e são empresas especializadas com termo autorização dado pela prefeitura com carros vistoriados pela prefeitura e se não tiverem este documento vão para o pátio e pagam três mil quatrocentos reais de multa mais a estadia e gastão mais de cinco mil para sair do pátio.

Causa Operária: Qual a avaliação da Associação? Eles estão querendo aumentar a repressão, para garantir o monopólio das empresas?
Maia: Eu não posso afirmar isso pra você porque não tenho provas. O que posso dizer é que a Prefeitura quer tirar o melhor transporte que existe na cidade de São Paulo, se não fosse dessa forma, as pessoas não estariam se manifestando contra a lei, as pessoas não estariam indo para a rua, e pior, isso tudo sem planejar.
Saiu reportagem na mídia, na imprensa afirmando que não foi planejado, e quem disse foram os próprios técnicos da CET [Companhia de Engenharia de Tráfego], não foi eu. A falta de planejamento ocasionou isso. Você anda lá no metrô Sumaré, você tem lá 200 metros de calçada, que é ele [secretário de transportes] diz que é um “bolsão”, nós dizemos que aquilo não é nem “sacolão”, quem dirá “bolsão” porque ficam 3.000 pessoas lá que não cabem. Tiveram que usar uma pista, um rolamento da via pública, para fazer comportar.
É inadmissível alguém pegar 2.000 pessoas que confortavelmente desciam na Paulista, na Faria Lima [Avenidas da cidade de São Paulo] e juntar todas numa via pública, para poder embarcar e desembarcar, debaixo de chuva. É o que está acontecendo com os passageiros do fretado. Essa é a indignação que o povo tem. Eles ficaram jogados numa via pública, para poder embarcar e desembarcar do fretado.
Causa Operária: Foram apenas 13 pontos de embarque e desembarque que a prefeitura estipulou?
Maia: E o melhorzinho que você talvez possa considerar um “bolsão” é o da Imigrantes. Fora isso é tudo na via pública. Se você for lá na Cidade Jardim, por exemplo, é uma baia que existe na Marginal Pinheiros, que cabe dois ônibus. Você imagina a confusão que foi em função de parar o trânsito. Sem contar o povo que foi para rua protestar contra isso, por seus direitos.

Causa Operária: Outros governos tentaram aprovar essa medida?
Maia: Nunca tentaram. O que é uma coisa maluca, não dá para entender como você tira o transporte das pessoas. Hoje se você pega o metrô, são 9,1 pessoas por metro quadrado. Não cabe mais ninguém, então você pegar e tirar pessoas que tem um transporte para poder chegar num local onde você não tem outro transporte para substituir, não é de bom senso.

Causa Operária: Você poderia falar um pouco da organização das manifestações?
Maia: É a plena manifestação de repúdio, de indignação das pessoas. As pessoas é que estão indo. Nós nem precisamos organizar nada. Na verdade tem a acusação da secretaria de transportes de que nós, os empresários estão fazendo manifestação, mas não são os empresários, são os próprios passageiros que estão indignados com a medida porque eles estão sofrendo. Porque o empresário pega o ônibus dele que antes ia pra Paulista agora ele vai para a estação Sumaré. Então os empresários estão indignados porque estão deixando de vender o serviço, estão perdendo, e acreditamos que pelo menos 50% das empresas devem fechar suas portas, porque elas não têm como trabalhar. As associações e contratantes já estão dispensando as empresas de ônibus porque não tem serviço. Os motoristas estão perdendo seus empregos, nós prevemos o desemprego de 11.000 no decorrer de julho e agosto, de pessoas que devem ser dispensadas devido a falta de passageiros, porque as pessoas estão usando automóveis.
Então o povo é que está indo para rua, que está indignado. Porque antes eles desciam na porta do trabalho e agora além de chegar 40min atrasados, ou tem que acordar mais cedo pra chegar no horário pegando linhas anteriores; ele ta sofrendo por ter de baldear em transporte público lotado.
Causa Operária: Então a medida já teve conseqüências?
Maia: Eu diria que grande parte das empresas já parou na semana anterior e outras estão parando agora, no final do mês [julho]. Porque o funcionamento é assim, o associado paga a associação para pagar rodar o mês inteiro então grande parte das empresas estavam obrigadas a rodar até hoje [31 de julho]. A partir de segunda [3 de agosto] não mais. Então mesmo que ela tenha lá 15, 18 ou dez passageiros, por exemplo, ontem eu estava na Estação Imigrantes e vi um ônibus de um amigo e ele tinha quatro pessoas dentro do ônibus. Hoje [31] é o último dia que ele roda com quatro pessoas. Essas pessoas já vão ter de tomar outras formas de transporte porque não vai estar mais circulando o fretado. Muita gente deve deixar de usar o fretado. Muita empresa deve deixar de rodar a partir de segunda-feira [3 de agosto].

Causa Operária: E vocês têm um balanço sobre essa situação?
Maia: Ainda não. Precisa ver porque tem gente circulando ainda para cumprir contrato. Mas eu diria sem erro nenhum que 50% vai fechar as portas.
E te explico o porquê: 70% dos ônibus são financiados, por conta de renovação de frota; e por isso o empresário de transporte está endividado. É mania de empresário de transporte quando ele tem um carro e consegue pagar até o final, ele vai lá vende o carro para comprar um mais novo. Ele sempre quer progredir, sempre quer melhorar a frota. Então ele normalmente tem 50% do carro financiado, porque ele vendeu aquele para comprar um mais novo. Então grande parte dos carros são financiados, e agora não vão ter mais como pagar isso. Ele acabou de perder o trabalho dele, o contrato. Então a tendência é fechar. Porque não tem outro tipo de trabalho. O trabalho de eventual está saturado também. Já existem pessoas que fazem o transporte eventual, que é turismo etc. Então não tem como ele entrar no mercado. Como ele vai entrar no mercado? Isso pode até acontecer, mas ele não vai sobreviver.
São micro, pequenas e médias empresas de transporte que tem até 10 carros. São as que dão mais emprego, são a maior parte das empresas que oferecem o serviço.
Hoje a cidade de São Paulo tem algo em torno de 460 empresas cadastradas e na Grande São Paulo em torno de 900 empresas. Estamos falando de algo em torno de 5.500 veículos cadastrados no departamento de transporte público na cidade de São Paulo, falando de ônibus e micro ônibus, mais 11.000 que estão fora do município.

Causa Operária: E agora qual o procedimento vocês vão adotar? O que pretendem fazer?

Maia: O Sindicato das Empresas de Fretamento já entrou com uma Medida Cautelar, estamos agora aguardando a prefeitura se pronunciar, porque a juíza deu 72 horas de prazo, esse prazo vence na segunda-feira. A Assofresp que é a associação dos micro-empresários está entrando com um Mandato de Segurança, também na segunda-feira. Vamos tomar todas as medidas que forem possíveis para que possamos extinguir essa “zona de exceção”, para voltarmos a trabalhar.
Sem contar que o transporte eventual que também está sendo prejudicado. Porque as autorizações não saíram. Por exemplo, para você poder levar um pessoal para se divertir lá no MASP, no Pátio do Colégio, essas situações eventuais de turismo você precisaria pedir autorização no departamento de transporte público, da secretaria de transportes. E essas autorizações, não estavam sendo aprovadas, em função de não ter estacionamentos nesses locais. Então até o turismo está sendo prejudicado com essa decisão. Haja vista que ontem [30 de julho] foi preso um ônibus com turistas japoneses, da empresa Tókio Verde, e os passageiros ficaram sem ônibus, tiveram de ser deixados dentro de um Shopping porque o departamento de transporte público apreendeu o ônibus.

Causa Operária: Você gostaria de fazer alguma consideração final?
Maia: Eu diria apenas o seguinte, na verdade uma mensagem ao senhor Secretário [dos Transportes] que ele reflita melhor sobre a atitude tomada quanto a “zona de exceção”, os usuários de transporte fretado não são carga, porque essa medida já tinha sido tomada em relação aos caminhões, o que era possível, porque carga você pode levar meia noite, uma hora da manhã, às duas, às três, porque carga não fala e carga não vota. O povo vai continuar se manifestando, nós queremos o fretado de volta e isso é uma coisa que a gente não abre mão. E até a gente conseguir, vamos lutar.

Restrição aos fretados afeta até 300 mil usuários em São Paulo



Celso Gutierre, da Cati Rose, afirma que empresa já sofre com restrição
A restrição imposta pela prefeitura de São Paulo que impede a circulação de ônibus fretados em uma área de 70km quadrados da cidade tem causado brigas judiciais, prejuízos para as empresas responsáveis por este tipo de transporte e transtornos para cerca de 300 mil passageiros. De acordo com a secretaria de Transporte da capital, cerca de 48 mil viagens eram feitas diariamente somente nesta área de restrição.
Segundo o Transfrtur (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento para Turismo da região metropolitana de São Paulo), estima-se que o serviço transporte mais de 600 mil pessoas por dia na Grande São Paulo, movimentando anualmente R$ 3,2 bilhões. A modalidade de transporte gera cerca de 20 mil postos de trabalho diretos no Estado e mais 50 mil indiretos.
“Se esta restrição continuar como está, pelo menos 50% dos fretados deixarão de circular pelas ruas de São Paulo e poderão quebrar, o que significa cerca de 11 mil desempregos diretos em um prazo de 90 dias e perda de até metade dos passageiros”, acredita o diretor da Assofresp (Associação das Micros, Pequenas e Medias Empresas de Fretamento e Turismo do Estado de São Paulo), Geraldo da Silva Maia Filho.
Maia explica que um fretado substitui pelo menos 20 automóveis que estariam nas ruas, pois muitas pessoas preferem utilizar os ônibus por serem mais confortáveis e por poderem embarcar e desembarcar próximos de suas residências e trabalhos. “Além dos passageiros terem de se adaptar às mudanças dos locais de embarque e desembarque, eles estão tendo de gastar pelo menos R$ 110 a mais por mês com as baldeações”, lamenta o diretor da Assofresp.
O diretor administrativo e financeiro da Cati Rose, Celso Ghelardino Gutierre, empresa responsável pelo transporte de cerca de 12 mil pessoas por dia, sendo pelo menos 400 do ABC, já começou a sentir os efeitos negativos da restrição. Umas das linhas com destino a São Paulo já teve de ser fechada e outras duas devem ter o mesmo fim. “A restrição pode até refletir em uma melhora do trânsito em um primeiro momento, mas com o tempo os usuários deixarão de usar o fretado e voltarão a ir trabalhar com seus carros, contribuindo para a piora do trânsito”, salienta.
Maia e Gutierre acreditam que a falta de estudos sobre os reais impactos que seriam causados pela interrupção dos serviços foi um erro por parte da prefeitura de São Paulo. “Se houvesse fiscalização ou algum tipo de regulamentação limitando o número de paradas para embarque e desembarque nas principais vias, certamente todas as empresas iriam seguir as normas e não seria necessária uma atitude drástica como esta”, completa o diretor da Assofresp.
O deputado estadual Orlando Morando, membro da Comissão de Transportes, também é contra a restrição, pois avalia que o fretado contribui para a redução do trânsito na cidade de São Paulo. “Acredito que a decisão foi errada, principalmente porque não houve um estudo sobre o tema, além de que a ação não está surtindo o efeito esperado”, defende.
Para tentar entender os motivos pelos quais a prefeitura tomou esta decisão, o deputado apresentou um requerimento para convocar o secretário Municipal de Transportes de São Paulo, Alexandre de Moraes, para dar explicações. “Se ele não nos convencer, poderemos encaminhar um pedido para o Ministério Público liberar a circulação dos fretados”, completa o deputado.
Entenda a restrição
Desde o último dia 27 de julho os ônibus fretados que atuam na cidade de São Paulo precisam respeitar a ZMRF (Zona Máxima de Restrição à Circulação de Fretados) de 70 km quadrados, onde não podem circular entre 5h e 21h dos dias úteis. Avenidas como Ricardo Jafet, Bandeirantes, Paulista, Nações Unidas e Avenida Sumaré, que eram algumas das principais vias percorridas pelos fretados não poderão mais integrar os itinerários destes ônibus.
Para que os usuários dos fretados possam chegar ao destino final, a prefeitura criou pontos de embarque e desembarque para que, a partir destes locais, os passageiros possam utilizar o transporte público convencional (ônibus e metrô) para irem ao local desejado. Sete linhas especiais de ônibus foram criadas para comportar a nova demanda.
A fiscalização da nova norma está sendo feita por 67 fiscais da SPTrans, 70 fiscais do Departamento do Transporte Público e 346 agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego. Transporte escolar, de turismo, de passeios religiosos, de hóspedes de hotéis e destinados às atividades de cultura e lazer podem ficar fora da restrição. Entretanto, é preciso fazer um cadastro junto à prefeitura para conseguir a permissão.
Sindicato tenta liberação dos ônibus na Justiça
No último dia 31 o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar permitindo a volta dos fretados que havia sido proposta pelo Transfretur (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento para Turismo da região metropolitana de São Paulo), mas horas depois a permissão foi cassadoa.
Na ocasião, a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública alegou que havia vício formal na restrição, “pois foram veiculadas mediante portaria, ato administrativo, que não pode inovar no ordenamento jurídico, não pode substituir a lei”.
A advogada Renata Nowill Mariano defende a decisão da juíza e lamenta o fato da liminar ter sido cassada tão rapidamente. “Só uma lei tem o poder de restringir este tipo de atividade. Creio que a liminar pode ter sido cassada muito mais por uma questão econômica e política do que pela preocupação de melhorar o trânsito”, diz. “Acredito que com o tempo esta portaria que limita a circulação dos ônibus fretados será revogada e outras soluções serão encontradas para o assunto”, completa a advogada, que afirma que a falta de debate e estudos é um dos principais fatores pelo qual os usuários, donos de empresas e a população em geral estão insatisfeitos com a medida.
Em nota divulgada pelo Transfretur, o advogado do sindicato, Marcos Augusto Perez, declarou que notícia da cassação da liminar concedida em favor das empresas e usuários dos serviços de fretamento, menos de duas horas após sua concessão, causou surpresa e preocupação.
“Rever decisões liminares é prática comum nos tribunais. Entretanto, cassar decisões fundamentadas, em detrimento do direito de milhares de pessoas, poucos minutos após sua divulgação, e anunciá-las mediante nota, sem revelar seu inteiro conteúdo, desrespeita a advocacia, os juízes de primeira instância, as partes judicantes e os cidadãos”, declarou Perez no documento. Na última segunda-feira (03/08) o sindicato entrou com de agravo contra decisão do TJ que derrubou liminar que restabelecia a livre circulação de fretados em São Paulo.
Usuária muda rotina e reclama de novas regras
Talita Moreira Marques da Costa, moradora de São Bernardo, começou a utilizar ônibus fretado no início deste ano, mas já pensa em mudar o meio de locomoção até o trabalho, localizado na Vila Olímpia, em São Paulo. O motivo é a alteração que seu dia-a-dia sofreu após a implantação da Zona Máxima de Restrição à Circulação de Fretados.
“Sou usuária de fretado por ser um meio de transporte seguro, confortável onde tenho a certeza que tenho um lugar para sentar e chegarei descansada ao trabalho e no retorno para minha casa”, explica Talita. O sossego, entretanto, acabou. O tempo de caminhada entre o local que embarque e desembarque aumentou, assim como as horas que demoro para chegar até em casa.
“Antes pegava o fretado às 18h e chegava em casa às 19h30. Atualmente, com essa restrição, pego o fretado às 19h e chego em casa às 21h. Simplesmente um absurdo. Todos os dias chego muito cansada e nervosa com tudo isso. Estou tomando remédio para conseguir lidar com esses problemas, pois chego cansada ao trabalho, chego cansada em casa e não rendo nada”, desabafa.
Talita já pensou em ir trabalhar de outras maneiras, mas a qualidade do transporte público a limita. “Infelizmente nosso sistema público de transporte é precário. Caso eu tivesse que utilizar esses meios, teria de acordar às 4h da manhã e pegar quatro transportes até o meu trabalho. Já não estou rendendo como deveria no trabalho, imagine pegando quatro transportes”, diz a moradora de São Bernardo.
A jovem acredita que uma solução para evitar que os ônibus fretados atrapalhem o trânsito é a regulamentação dos pontos de parada, mas de maneira diferente de como foi feita. Ela afirma ainda que a restrição não condiz com a necessidade da população, além e ter piorado o trânsito nas proximidades dos bolsões e a qualidade de vida dos usuários de fretados. “Espero que tudo se resolva o mais rápido possível. Estou cada vez mais descrente nos políticos que governam a cidade de São Paulo”, finaliza.

Onibus fretado Maia


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