quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ministério Público investiga causas do acidente no Metrô de São Paulo



  • destacar vídeo
  • espalhe por aí
Dê sua nota: 196 exibições
As duas composições que se envolveram no acidente foram levadas juntas para o pátio do Metrô. Peritos examinaram os vagões em busca de evidências que expliquem a batida. A polícia já ouviu o funcionário que operava o trem e abriu uma investigação.

Imagens feitas por passageiro mostram o resgate de vítimas do acidente no Metrô



Os trens bateram na linha 3 – Vermelha, que faz ligação entre as zonas leste e oeste da capital paulista, na manhã desta quarta-feira (16). 103 passageiros ficaram feridos. Este foi o primeiro acidente registrado em horário operacional nos quase 40 anos do Metrô de São Paulo.

Veja também:

Geraldo Alckmin diz que acusação sobre o metrô é eleitoreira

Grávida que caiu em acidente do metrô passa bem



Acidente no Metrô foi causado por falha em placa de circuito eletrônico da linha, diz secretário


Jurandir Fernandes falou que técnicos farão agora análise mais detalhada desta placa
Do R7, com Agência Record


acidente-metro-HGDaia Oliver/R7
Veja mais fotos do acidente
Batida entre dois trens da linha 3 -Vermelha do Metrô aconteceu por volta das 9h50 desta quarta-feira

O secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, afirmou que o acidente entre duas composições do Metrô, na manhã desta quarta-feira (16), foi causado por uma falha na placa de circuito eletrônico da linha, que é responsável pelo controle da velocidade dos trens. 

Os técnicos da empresa farão agora uma análise mais detalhada desta placa, que já foi retirada e enviada para um laboratório do Metrô. Será verificado, por exemplo, se o problema aconteceu em um dispositivo específico da peça ou em todo o circuito. 

Caso necessário, será feita a troca das placas de todo o sistema de Metrô de São Paulo. Uma análise também será feita pelo fabricante do equipamento, uma empresa francesa
No início da noite desta quarta, o diretor do Sindicato dos Metroviários Alexandre Leme afirmou que chegaram até ele informações de que o sistema de operação da via em que ocorreu o acidente havia apresentado pequenas "oscilações" antes da batida. Leme é funcionário do CCO (Central de Controle Operacionais) do Metrô.
— A informação que temos é que estavam ocorrendo oscilações. Qual o prazo, quantos minutos, se foi meia hora antes, isso só o Metrô vai poder dizer.
De acordo com ele, não houve falha no trem, mas no sistema da via.
— O sistema Mux [nome específico] manda ordem para o trem, através do sistema da via. E o sistema do trem, recebe a ordem e comanda o trem. Se é para frear ou acelerar. Este sistema da via, pela informação que se tem, estava oscilando por alguma razão que não sabemos. Aparentemente, ele mandou uma informação para o trem ir a 100 km/h, quando deveria ter dito pare. Não foi falha do trem. O trem recebeu o código. Tanto que o operador viu o código errado e acionou o botão de emergência. Ele recebeu uma ordem errada do sistema. O trem respondeu a essa ordem errada de maneira correta.

Outras falhas

Durante coletiva nesta quarta-feira, o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, complementou a afirmação de Leme dizendo que já ouviu relatos de operadores de trem de que as composições não pararam quando deveriam.
— Já tivemos relatos de operadores falando que o trem era para parar e não parou. Muitas vezes, o próprio Metrô não acreditou nessa informação. São relatos episódicos e que não trouxeram grandes consequências. Precisamos avançar para descobrir o tamanho disso. Às vezes, acontecem falhas naquele momento e, quando vai pesquisar, ela não aparece mais.

Prazeres Júnior destacou que a novidade do incidente desta quarta-feira foi o fato de o trem ter chegado próximo ao outro e ter acelerado.
— Falhas de não dar o código zero quando um trem se aproxima de outro já tinha ouvido falar. Agora, de acelerar próximo do trem, para mim é uma novidade total. De qualquer forma, é uma falha que não podemos ter. Na norte-sul [linha 1-Azul], há pelo menos um caso, que a gente tinha ouvido falar, de um operador de trem que era para parar em São Bento e não parou. Agora, de acelerar, nunca tinha visto.
Maquinista
No início desta tarde, o maquinista que dirigia a composição que bateu na traseira da que estava à frente, próximo à estação Carrão, na zona leste de São Paulo, prestou depoimento no CCO. Ainda segundo o presidente do Sindicato dos Metroviários, o homem de 28 anos, que trabalha no Metrô há três anos, voltou a afirmar que o trem acelerou sozinho. Ele teria dito que, ao perceber que havia outra composição à frente, o sistema ordenou o aumento da velocidade em vez de mandar que o trem parasse.
O funcionário colocou o trem em modo manual e fez com que a composição parasse, em uma ação de emergência. Porém, ele só conseguiu reduzir o impacto da batida. Prazeres Junior afirmou que a ordem para aumentar a velocidade quando há outro tem na frente é rara e “completamente anormal”.
Acidente
A batida entre dois trens da linha 3-Vermelha (Corinthians-Itaquera/Palmeiras-Barra Funda) ocorreu por volta das 9h50 desta quarta-feira a cerca de 300 m da estação Carrão, na zona leste da capital paulista. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, 103 pessoas precisaram ser levadas a hospitais da rede após o acidente, parte delas com ferimentos leves e moderados e outra parte porque passou mal.

Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, ainda não é possível afirmar exatamente a velocidade do trem que bateu na traseira de outra composição, mas ele estima que ela variou entre 9km/h e 12km/h.
Assista ao vídeo:





 

.